quarta-feira, 23 de maio de 2012

Amor entre Pastor e Bode.



Numa cidadezinha, estes locais que o mapa não registra, existia um pastor de ovelhas; um senhor muito pacato e extremamente bondoso. Tudo o que ele queria era cuidar de seu rebanho. Todas as suas ovelhas eram brancas e de raça pura. Foi então que num certo dia surgiu um bode; não se sabe de onde e começou se acasalar com as ovelhas. O pastor ficou imaginando como poderia se livrar daquele bode foi então que, calçando esporas, resolveu montar e cavalgar montado no bode e para sua surpresa o bicho era encantado. 

Cidade pequena: Missa celebrada.
Descanso noturno. Vidinha bem levada…
O pastor acordou sobressaltando.
E viu um bode misturado com suas ovelhas.

O bode era grande e arisco.
Seus olhos eram avermelhados.
Seu corpo escuro e peludo.
Seus chifres grandes robustos.
Sua barba comprida e forte.
Suas patas poderosas e pontiagudas…! 

Bode espreitando.
Pastor vigilante.
Rebanho repousando.
Pendenga flamejante…
O bicho disfarçando sondava distante.
O pastor tentando não se descuidar. 

Numa noite o bicho vacilou.
O pastor pulou sobre seu lombo.
Cravou-lhe as esporas nas suas ancas.
O bode deu três dentadas em sua perna.
Desceu nas profundezas do obscuro.
E voltou saltando sobre os picos mais altos...! 

Bode  indignado.
Pastor ofegando.
Dia raiando.
Rebanho despertando…
O bode pastando distante.
Rebanho vivendo em paz…! 

Quantas vezes não estamos vivendo, levando, a vida tranquilamente e de repente entra um bode, sem pedir licença, vai causando aquele estrago. Se não tivermos cuidado e preparados para montar, esporar, cavalgar e botar o bode para correr estaremos; FERRADOS?

sexta-feira, 18 de maio de 2012

O medo das matas: Às garras do capitão-do-mato!



No período de escravidão no Brasil (séculos XVII e XVIII), os negros que conseguiam fugir se refugiavam com outros em igual situação em locais bem escondidos e fortificados no meio das matas. Os quilombos representaram uma das formas de resistência e combate à escravidão. Rejeitando a cruel forma de vida, os negros buscavam a liberdade e uma vida com dignidade, resgatando a cultura e a forma de viver que deixaram na África. Os Negros eram tementes, cismados, quanto aos segredos guardados nas florestas densas, então, sentiam medo de adentrar as matas virgens da bacia do Rio São Francisco. Porém, era a mata ou a garra do capitão? Hoje no século vinte e um, mudou o quê?



Passa em revista; o Brasil colonial?  

Casa grande;
Donzela refinada,
Olhos vivos cheiro importado,
Na mente discurso bem rezado,
Na alma sonho realizado…!
Raízes palacianas! 

Na senzala:
Jovem Negra violentada,
Olhos rasos cheiro de suor,
Na mente a cisma das matas,
Na alma o sonho da liberdade...!
As raízes Africanas! 

Olha o capitão-do-mato?
Fuja Negro, ele sente seu cheiro.
Corre Negro, ele é muito ligeiro.
Se ele pega é morte!
Dos perigos da mata você escapa.
A descarga da arma de fogo mata.
Nas garras do capitão é tronco e chibata.
Esse capitão é fruto da estupidez colonial...! 

Passa em revista; o Brasil republicano? 

Nos morros:
Jovem criatura de cor parda:
Olhos rasos cheiro mesclado,
Na mente a cisma dos becos escuros,
Na alma o sonho da liberdade...!
Pátria Brasil!

Corre negro; seus irmãos te esperam.
Seja ligeiro Negro; a liberdade esta lá.
Tenha fé, Negro: Pai João te protege.
Olha o tiroteio nos becos!
Corre Negro, é carga pesada!
Se escapa é liberdade! 

Esse amontoado é fruto da estupidez republicana...!
Vive Negro!
Mudou alguma coisa?
O odor mudou…!

O quê seria mais fácil; Ficar e morrer no tronco acoitado pelo capitâo ou fugir e enfrentar o medo das matas escuras? Acho que ai surgiu o ditado; Se ficar o bicho pega se correr o bicho come? Em qualquer dos casos é lamentável! 

Texto de GoautorWilson

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Meu reinado é o Universo.


Uma raça, povo que não possuem residência fixa, procura estar num lugar onde os meios lhes são favorável. O instinto de aventura não os deixa sossegar, seus costumes são transmitidos de geração para geração. Normalmente são felizes e cheios de truques, mágicas, as quais lhes permitem serem diferenciados das criaturas comuns. Nas noites de luar, sempre à beira de uma fogueira, gostam de cantar e contar pequenas histórias, vivem sempre em grupamentos e quando são separados cantam canções melodiosas e tristes que demonstram suas preferências pela vida nômade...


Minha herança é o universo.
O mapa astral é a minha cartilha e guia.
Quando as estrelas brilham no céu?
Meu sangue ferve nas veias…!

Sinto a minha alma se libertar e vagar no infinito.
Imagino um lugar perdido no horizonte.
Um povo nômade alegre e hospitaleiro.
As cabanas são de lona armadas sobre a relva. 

Onde exista um lugar para o artesão.
Onde os anciões são os professores.
Onde o mágico pode mostrar sua magia livremente.
         Onde as crianças são aprendizes e respeitadores.

Nós, seres humanos, por mais que queiramos ser diferentes; Sempre estivemos buscando aquela Terra prometida e quando a encontramos passamos a monopolizar o seu uso. mesmo sabendo que o Globo terresetre é de Deus; ignoramos este fato, estabelescemos leis de posse e direito tudo para que o uso do que é de Deus nos renda lucros, "A noção de dever é uma das mais evidentes regras"

quarta-feira, 9 de maio de 2012

 A hora e vez do Zé, os currais da vida.


Todas as criaturas vivem presas nos currais da vida. Para ter certeza é só refletir sobre as seguintes perguntas: Os coronéis estão em franca extinção? A força dos coronéis esta sendo minada pelo desenvolvimento intelectual de nosso povo? A liberdade de expressão está sendo respeitada? A discriminação está em franca decadência; cedendo espaço para a tolerância e respeito ao próximo? Os crimes praticados pelos ditos coronéis estão sendo punidos com rigor e justiça? A distribuição de renda está normalizada entre todas as classes? Todas estas afirmativas seriam verdadeiras? Acho, eu, afortunado, de quem estiver sendo transportado para os currais do Pai Criador. 

Fico trêmulo ao pensar na hora da escolha.
Dedo firme designado, voz forte determinada.
Oi Zé? Agora é a sua vez!
Chegou à hora, venha eleger o chefe do curral. 

Aqui na Terra nascemos nos currais do Pai Criador.
As ovelhas foram guiadas para o curral do matadouro.
Aquele povo foi guiado para o curral na bacia do Jordão.

Deus nos guie!
Para que possamos viver no seu curral.
Para que possamos fazer a sua vontade.
E faça de nos as suas ovelhas. 

A história nos conta, sobre outros currais da vida.
Dos coronéis mandatários.
Dos Zé Manes intolerantes.
Das fominhas gananciosas.
Dos patriarcas religiosos. 

É meu senhor?
Aqui aguardamos a hora para ser escolhido.
Para sermos presos nos currais da vida.

Lá vêm os bichos!
Com novas caras, disfarçadas e polidas.
Com os ferrões envenenados, disfarçados de ovelha. 

Não é necessário ficar preocupado? Seu dia de Zé esta próximo! Vai ter que eleger o chefe do curral... Fique à vontade escolha um?